A roda de samba que ocorre desde 2005, às segundas-feiras, em um clube da Zona Norte do Rio de Janeiro é um sucesso entre cariocas e turistas brasileiros e gringos.
“Como os músicos sempre dão duro nos finais de semana, resolvi criar uma roda de samba para que o trabalhador-músico pudesse aproveitar. Por isso escolhemos a segunda-feira”, explica o criador, Moacyr Luz.
“Fui entender ao longo do meu percurso no samba aonde posso interferir, sem mexer em estrutura, propondo algo diferente, um acorde diferente. Não busco um padrão. Faço isso no Samba do Trabalhador”, conta Moacyr. “Agora que completa 15 anos entrego o grupo a Deus.”
Rapidamente o Samba do Trabalhador se tornou uma febre carioca e referência às segundas-feiras, 16:30h. “Tem toda semana mesmo. Só paramos se a segunda cair no Natal ou no Ano Novo”, festeja o tarimbado sambista. O projeto cresceu ainda mais com os lançamentos de dois CDs e DVDs do Renascença Samba Clube, gravados ao vivo na casa de shows carioca em 2005 e 2012. No Youtube, os vídeos da roda chegam a 100 mil acessos..
“As composições próprias sãos as que mais fazem sucesso, são o diferencial da roda”, explica Moacyr. No repertório, as autorais Cabô, Meu Pai (Moacyr Luz/Aldir Blanc e Luiz Carlos da Vila), Saudades da Guanabara (Moacyr/Aldir e Paulo Cesar Pinheiro), Pra que Pedir Perdão? (Moacyr/Aldir) e Vida da Minha Vida (Moacyr/Sereno) dividem o caldo com clássicos de Zeca Pagodinho, Cartola, João Nogueira, Paulinho da Viola, Candeia, Elton Medeiros e Bezerra da Silva, entre outros mestres.
O Renascença, ou Rena para os mais chegados, foi fundado em 1951, na Rua Pedro de Carvalho, no Méier, por um grupo de negros que queria lutar contra a discriminação racial sofrida pelos seus associados em outras agremiações renomadas do Rio. No final daquela década, o clube foi transferido para o Andaraí.
A fila na porta do Rena toda segunda-feira comprova o sucesso indiscutível do Samba do Trabalhador, que recebe de “gringos” sem ginga a senhoras de 90 anos entusiasmadas. Os músicos Gabriel Cavalcante (voz e cavaco), Alexandre Nunes (voz e cavaco), Alvaro Santos (voz e percussão), Luiz Augusto (percussão), Nilson Visual (surdo), Junior Oliveira (percussão), Mingo Silva (voz e percussão) e Daniel Neves (violão de sete cordas) completam a escalação fixa da roda, que sempre abre alas para canjas de ilustres, como Martinho da Vila, Beth Carvalho e Neguinho da Beija-Flor.
SERVIÇO
Quando:Segunda-feira, às 16:30h.
Endereço: Rua Barão de São Francisco, 54, Andaraí.
Telefone: 3253-2322
Site: https://www.facebook.com/MoacyrLuzESambaDoTrabalhador?fref=ts